Nos CBA´s algumas questões foram exploradas e encontramos respostas ativas. Menciono, entre outros, com muito orgulho a criação da Agrishow, do Instituto de Estudos do Comércio e Negócio Internacional (ICONE), do Instituto Agronegócio Responsável (ARES) e a atual campanha de imagem setorial (Sou Agro), com a participação de entidades e empresas do setor. Sentimos em uma corrida de obstáculos, por vezes mais elevados do que a nossa capacidade de salto.
Neste 10° Congresso Brasileiro do Agronegócio (CBA) discutimos as mudanças e paradigmas. Existem dúvidas relevantes e certezas pétreas. Depois de décadas comandada pela oferta, os preços das commodities passam a ser guiados pela demanda.
O novo contexto nos mercados das commodities, nas quais o Brasil constitui uma das mais importantes lideranças globais, traz uma mensagem de preocupação. Os seus custos sobem pressionados pelos fatores de produção e o dólar desvalorizado. Infelizmente, os ganhos de produtividades não repetem o desempenho passado, com incrementos efetivos.
A Ásia mostra um crescimento excepcional na demanda excepcional, as disponibilidades de terra e água ficam limitadas, enquanto as mudanças climáticas e o aquecimento global representam ameaças.
É intrigante a falta de política energética indutora de investimentos, enquanto será necessário aumentar dramaticamente os esforços em pesquisa, desenvolvimento e inovação na agregação de valor. O mundo vive de expectativas em torno de novos produtos e serviços, mas a nossa regulação piora consistentemente.
Na sua relação com a sociedade, o agronegócio moderniza e cria com orgulho o slogan: “Sou agro”. A conexão do campo com a cidade exige uma avaliação constante, diante da velocidade impressionante com que as percepções mudam.
Podemos salientar a relevância da produção de alimentos, fibras e biomassa. È a celebração da vida na terra, embora nem sempre relação do agronegócio com os governos seja saudável.
É muito difícil para o sempre apaixonado agricultor aceitar que um burocrata urbano tenha a maior preocupação que ele sobre a sustentabilidade de produzir.
Falamos sobre dúvidas importantes, assentadas nos posicionamentos ainda preconceituosos em temas como o código florestal ou a incrível discriminação da agricultura em diferentes ministérios.
No curto e médio prazos, qual cenário prevalecerá como extremamente importante para as necessárias inversões nas áreas da inovação e da produtividade, para a expansão da oferta nas cadeias produtivas do agronegócio?
Vivemos o limiar de transformações pouco antes imaginadas. O agronegócio precisará de vigor para levar o Brasil a outro patamar de importância. Os seus custos estão altos. São importantes políticas de estímulo a produção. As vias do passado estão congestionadas. Esse trânsito lento é mortal para as ambições da sociedade.
Conciliar argumentos emocionais e econômicos constituem desafios de gigante. Dois paradigmas precisam serem fixados de forma clara no nosso horizonte, presente e futuro: sustentabilidade e estabilidade.
Agradeço a presença dos palestrantes, debatedores e mediadores. Tivemos a honra de contar com os patrocinadores e parceiros para materialização deste evento tão rico de informações, contatos e ideias.
Carlo Lovatelli
Presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG)
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Boa leitura!
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