Todos puderam sentir e ver pelo 11º Congresso Brasileiro do Agronegócio (CBA) que o Brasil, de fato, é o grande candidato global para fazer o papel de grande protagonista na expansão da oferta, tanto de alimentos como de energia.

As questões colocadas variaram. Sem dúvida alguma, uma das mais importantes é a percepção da imagem do agronegócio pela sociedade. Existe a dificuldade do setor se comunicar e apresentar para a sociedade. Discutimos a necessidade de clareza e estabilidade dos marcos regulatórios, como forma para atrair players e estimular investimentos cada vez maiores nesses próximos anos.

As janelas de oportunidades existem, mas falta estratégia. Falou-se que o cavalo está passando selado. Vamos ver quem irá montá-lo. É a atitude de assumir a liderança para a qual o Brasil tem sido convidado formalmente pelas várias instituições globais. Repetidas vezes foi chamado a atenção de ser fundamental o fato do agronegócio estar na agenda do governo. Esse é um tema prioritário.

Sem investimentos não conseguiremos fazer a expansão necessária. Pensamos numa estratégia global. Indagamos a ambição em termos de país, face à grandeza do agronegócio? Ficaremos esperando eventos de seca para aproveitar mercados que se abrem e fecham de repente, sem sustentação empresarial?

Existe a estratégia local, de operar e trabalhar, inclusive junto aos níveis de governo, para formular medidas fundamentais. Na lista fazem parte a logística e a infraestrutura, o ônus das políticas tributárias e a legislação trabalhista com viés urbano. Como fortalecer as vendas externas e superar as barreira colocadas contra o agronegócio? Quais os seus impactos nas competitividades das cadeias produtivas? Como estimular a iniciativa privada, sem intervenção nos negócios e no mercado?

De fato, espaço existe para conversarmos sobre a redução do custo Brasil e as condições para a atração do capital internacional. Rico em recursos naturais, o Brasil carece de estratégia. A formulação de um código agroambiental dará a organização para a ocupação e o uso do solo da agropecuária brasileira com sustentabilidade. O código florestal é uma parte de um todo relacionado com a convivência equilibrada entre o campo e a cidade. Uma coordenação operacional entre governo e iniciativa privada ajudará a realizar as transformações demandadas urgentemente.

Esse conteúdo foi colocado para reflexão e registrado nesses anais do 11º CBA, para trabalharmos de uma forma mais efetiva e coordenada daqui para frente.

Diz-se que o tempo é o senhor da razão. Sobre ele não há ingerência, ideologia e hierarquia. Como desenvolver a estratégica de estar na agenda e ser prioridade: nem sempre o tempo político guarda relação com o técnico. Muito menos o tempo político de quatro anos guarda relação com ciclos da agropecuária. Existem os momentos para plantar, cultivar e colher. Se perder o período de plantio, a temporada não acontecerá. Ficamos com a impressão de que falta no Brasil a noção de senso de urgência.

Devemos criar uma sistemática constante de relacionamento com a sociedade, para entendermos o seu real pensamento sobre nós. Quem são os articuladores dos movimentos contrários. Por que fazem isso? Não pode sempre ser má-fé ou má vontade. Falta muita informação. Uma governança institucional entre as entidades integrantes do agronegócio permitirá trabalhar essas questões de forma a recebermos dos poderes executivo e legislativo a atenção que acreditamos ser merecedores.

O 11º Congresso Brasileiro do Agronegócio, é uma realização da ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio, com o patrocínio da ABIMAQ e sua Câmara Setorial de Máquinas e Implementos, AGCO, Allianz, Bayer CropScience, BM&FBOVESPA, CitrusBR, Case New Roland, Cooxupé, John Deere, Monsanto, Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB, Price Waterhouse Coopers, Safras & Mercado, Syngenta. Esses patrocinadores permitiram a viabilização desse evento. Contamos com o apoio da ABAG/Ribeirão Preto, InpEV, Secretária de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Aos palestrantes, debatedores e mediadores os nossos agradecimentos por abrilhantarem com muita competência os trabalhos. A presença e participação dessa seleta plateia nos motiva e desafia para realizarmos o 12º CBA, quando a Abag completa 20 anos. Fomos acompanhados por 10 mil internautas e tivemos a participação de 74 profissionais da imprensa, sendo 20 jornalistas vindos de oito estados brasileiros.

 

Luiz Carlos Corrêa Carvalho
Presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG)

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Boa leitura!