O 12º Congresso Brasileiro do Agronegócio teve painéis ricos em conteúdo, com posições importantes e comentários claros. Marcante, este evento compartilhou, ao longo do tempo, visões de um setor destinado ao sucesso, mas com esforços de superação nessa caminhada. Sabemos da necessidade de encarar análises evidentes e até duras para ajudar a nossa reflexão. De qualquer forma, temos de andar para frente.

Estudo realizado pelas conceituadas Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), aponta o Brasil como responsável pelo aumento de 40% da produção de alimentos para atender a demanda nas próximas décadas. Em boa parte das commodities, como ficamos cada vez mais influentes na formação dos preços, a responsabilidade cresce. Tudo isso com um alerta para pensarmos seriamente: o País perde e perderá mais áreas para produzir.

Temos problemas preocupantes. O aspecto negativo da elevação constante dos custos, junto à lentidão incrível para implantarmos acordos comerciais; o pouco avanço na definição de marcos regulatórios para fortalecer a segurança jurídica; e a questão crucial e prioritária de uma política de seguro rural de dimensão nacional para mitigar o risco da agricultura. Estes pontos cercam o problema fundamental e grave de como realizar a gestão competente na logística e infraestrutura.

O 12º CBA trouxe à luz, a dramática situação da nossa falta de inteligência estratégica. Quando vamos a Brasília, o Brasil não parece ser um país de agronegócio. Vemos pouco investimento, fraca poupança e desperdício de recursos públicos. O novo Código Florestal desconhece a tecnologia tropical. Tudo isso se soma e cria esse nosso ambiente de análise feito por personalidades da mais alta qualidade, sem omissão, o tempo todo.

Há uma dúvida angustiante sobre os prazos reais para a arrumação nacional da logística e da infraestrutura. Diante da incerteza se os projetos acontecerão ou não, surge o desafio premente de organização para melhor exigir, protagonizar e comunicar. Olhamos e procuramos interpretar a mobilização popular nas ruas das cidades brasileiras, que podemos chamar de governança institucional. No Brasil, com o número grande de entidades do setor agrícola, algumas nacionais e outras por produto, a troca de conversa nem sempre acontece no momento adequado e com linguagens próximas.

Durante a Assembleia Nacional Constituinte, nos anos 80, houve o trabalho histórico desenvolvido pela Frente Parlamentar da Agricultura, numa ação entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, a Organização das Cooperativas Brasileiras e a Sociedade Rural Brasileira. Essa foi a grande representação da agricultura na Constituição Brasileira de 1988.

Agora é outro momento. Buscamos entender com acuidade a complexidade da relação entre o mundo urbano e o agronegócio, de modo a dar foco maior para as nossas ações, na ótica da cadeia produtiva. Para avançar de fato, o processo de governança requer não só o diagnóstico do que é importante para ser feito. Apesar da Abag, nesses seus doze congressos, bater na tecla do que precisa ser feito, o desafio está em como vamos, de fato, atuar para que isso aconteça, na atual organização ministerial.

Mesmo com a dificuldade natural existente, com profissionalismo e exigência, o projeto de governança está sendo montado. Não é uma obra de curto prazo. Para o próximo ano, teremos as eleições para presidente, governadores e parlamentares. É sempre uma oportunidade para a ABAG compartilhar uma agenda de trabalho mais consensual entre as coirmãs.

O 12º Congresso Brasileiro do Agronegócio é uma iniciativa da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), com o patrocínio da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), AGCO, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bayer CropScience, BM&FBOVESPA, Case New Holland, Chevrolet, Cooxupé, FINEP, John Deere, Massey Ferguson, Monsanto, Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), PricewaterhouseCoopers, Safras e Mercados e Syngenta. Estes patrocinadores possibilitaram a viabilização do evento. Contamos com o apoio da ABAG/Ribeirão Preto, do inpEV, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo e do Ministério da agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Agradecemos a presença dessa seleta e prestigiosa plateia de cerca de 800 pessoas. Assistiram ao vivo, pela internet, cerca de 8 mil internautas, sendo que 11 mil acompanharam a evolução dos trabalhos pelas mídias sociais. Contamos com a presença de 108 profissionais da imprensa brasileiros. Os palestrantes, debatedores e mediadores contribuíram sobremaneira para o sucesso do evento. Tudo isso nos deixa provocados a esmerar para o congresso de 2014, ano de eleições presidenciais, de governadores e parlamentares.

Luiz Carlos Corrêa Carvalho
Presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG)

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Boa leitura!