Artigo de Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da ABAG (gestão 2022-2023) para a Revista Agroanalysis (VOL. 43 | Nº 3 | Março 2023)
Trinta anos. Esse é o tempo em que a ABAG tem contribuído para o desenvolvimento sustentável do agronegócio brasileiro, fortalecendo os sistemas agroindustriais e buscando integrar todos os públicos da cadeia.
Quando a ABAG foi fundada em 10 de março de 1993, o Brasil enfrentava uma hiperinflação aguda, com o IPCA batendo 2.477%. Os preços dos produtos eram remarcados diariamente, com a renda das famílias corroída. No agronegócio, 45 anos atrás, o Brasil tinha 7,78 milhões de hectares com a soja e produtividade média de 1.250 kg/ha, segundo dados da CONAB. De acordo com a FAO, era o 32º exportador de algodão, 52º exportador de milho e 8º de carne bovina. As exportações do setor alcançaram US$ 15,94 bilhões em 1993.
Ney Bittencourt de Araújo fundou a ABAG no Congresso Nacional, em Brasília, para mostrar como o setor poderia contribuir com o país em quatro grandes aspectos: desenvolvimento sustentado, integração à economia internacional, respeito ao meio ambiente e eliminação das profundas desigualdades de renda.
Mesmo que ainda haja muito a ser aprimorado, o agronegócio brasileiro se consolidou como um dos maiores players mundiais, integrado ao comércio global, com a aplicação de técnicas e manejo sustentável na preparação do solo, plantio e colheita, gerando emprego e renda em todo o país.
30 anos depois a produtividade da soja mais do que dobrou, com 3.530 kg/ha, enquanto as terras agricultáveis aumentaram em um ritmo muito menor. Isso mostra como o agro brasileiro é produtivo e sustentável.
Nas vendas externas, do período de 1992 a 2001, as exportações mundiais de produtos agropecuários tiveram uma taxa de elevação de 2,2%, enquanto o Brasil teve alta de 10%. De 2002 a 2013, o país permaneceu crescendo acima da média mundial, de 17,9% contra 12%. Ano passado, as vendas externas somaram US$ 159,09 bilhões. Atualmente, somos o maior exportador de carne bovina e de milho, e o segundo maior exportador de algodão.
Depois de 30 anos, nossa produtividade se mantém bem acima da média global, produzimos até três safras por ano e somos referência quando se trata de aplicação de tecnologias que diminuem a expansão de área plantada. Isso mostra a eficácia e a evolução de nosso setor, além do fato de produzirmos com uma pegada de carbono muito abaixo daquilo que se vê nos países competidores.
A ABAG esteve presente em todas as revoluções, trabalhando para integrar iniciativa privada e poder público, levando os pleitos do setor para os diferentes governos, atuando para aprimorar a legislação e a regulamentação voltadas ao setor, promovendo encontros nacionais e internacionais com agentes do mercado, reivindicando medidas para fortalecer o agro, promovendo pesquisas com a sociedade, e apoiando a dedicação, o esforço e o trabalho de produtores rurais, indústrias, academia e institutos de inovação e pesquisa em todo o país.
A ABAG seguirá os próximos anos contribuindo para o crescimento e desenvolvimento do agronegócio brasileiro, pois temos a certeza de que nosso setor manterá seu protagonismo para levar mais qualidade de vida e saúde aos brasileiros.
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