O secretário especial de Assuntos Estratégicos, Almirante de Esquadra Flávio Augusto Viana Rocha, apresentou em primeira mão, o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF) para os associados e entidades parceiras da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG). A reunião virtual aconteceu na quinta-feira (10 de março), um dia antes do lançamento oficial do PNF.
O secretário apresentou um panorama brasileiro na área de fertilizantes, cujo índice de importação é superior a 80%. No caso do potássio (K), o índice alcança quase 100%. O país se encontro entre os maiores consumidores de fertilizantes no mundo, mas está distante de ser um dos maiores produtores. “Na última década, nossa demanda aumentou 66%, mas a produção diminuiu cerca de 30%. Precisamos reduzir essa dependência”, pontuou. Ele comentou ainda sobre o preço dos fertilizantes que vem crescendo desde o ano passando. De janeiro a julho de 2021, a ureia aumentou em 70,68%, o sulfato de amônio, em 123, 68%, e o cloreto de potássio, em 174%.
Para a criação do PNF, foi formado um grupo de trabalho interministerial, com a participação de nove ministérios, além da colaboração da Embrapa e de especialistas de diversos órgãos e entidades públicas e privadas. “Gostaria de agradecer o apoio e a disponibilidade da ABAG, cuja participação fez a diferença”, disse Rocha.
O Plano Nacional de Fertilizantes estabelece cinco diretrizes estratégicas: modernizar, reativar e ampliar as plantas e projetos de fertilizantes; promover vantagens competitivas na cadeia nacional de produção para melhorar o suprimento; melhorar o ambiente de negócios no Brasil para atração de investimentos; ampliar investimentos de PD&I no desenvolvimento da cadeia de fertilizantes e nutrição de plantas do Brasil; e adequar a infraestrutura para integração de polos logísticos e viabilização de empreendimentos. Cada diretriz conta com ações definidas.
Outro ponto importante é que estão previstas ainda ações de impacto imediato no âmbito do PNF, como, por exemplo, a identificação de excedentes de ofertas de fertilizantes para serem trazidos ao Brasil; e a Caravana FertBrasil, que pretende levar ao produtor rural estratégias para o aumento da eficiência agronômica dos fertilizantes e de produtividade.
Por fim, será criado o Conselho Nacional de Fertilizantes e Nutrição de Plantas (CONFErt), com participação de órgãos públicos, câmaras técnicas, iniciativa privada, a Confederação Nacional da Agricultura, entre outros, com o intuito de coordenar, acompanhar e zelar pela implementação do plano. “É um plano exequível, que vai ter a participação, correção e oportunidade de revisão de todos os envolvidos com o agronegócio”, resumiu Rocha.
Para Luiz Carlos Corrêa Carvalho (Caio Carvalho), presidente da ABAG, as dependências do agronegócio causam sofrimento para o setor; e o plano tem o objetivo de encontrar meios para diminuir a dependência e realçar as vantagens competitivas do agro nacional. “Uma tecnologia que pode contribuir para a produção de fertilizantes é a produção de biogás, a partir da biomassa. Essa tecnologia avançou muito no ano passada, com escala. A partir do biogás, temos a oportunidade de produzir nitrogenados a um custo bastante competitivo”, disse.
Também estiveram na reunião, o secretário adjunto de Assuntos Estratégicos Joanisval Brito Gonçalves; e do diretor de Projetos Estratégicos, Bruno Caligaris.
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