No dia 07 de fevereiro, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Abag, participou da Coletiva de Imprensa da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Alguns pontos importantes foram levantados durante a conversa com Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, em que ambos concordaram que o trabalho em conjunto das duas entidades pode gerar mais valor ao agronegócio brasileiro.

“Há uma interação enorme entre a cadeia da indústria automobilista e a cadeia produtiva do agro. Até então, falávamos em etanol, cana-de-açúcar, agora falamos em milho, mas também em soja, óleo de palma, sebo do boi… e tudo isso no biodiesel, portanto há uma interação enorme e, nós do lado da produção de biocombustíveis, precisamos demais de vocês”, comentou Carvalho.

Caio abordou sobre a qualificação e tecnologia das novas máquinas e o quanto a conectividade é importante para que os agricultores possam contar com indicadores que avaliam índices que permitem a redução de custos e o aumento de produtividade. “O aumento dessa conectividade é uma questão crucial para que o Brasil possa dar um novo salto em termos da tecnologia digital e em termos de planejamento e máquinas que já caminham sozinhas e desenham o planejamento desde o preparo do solo ao plantio. Tudo isso dá um desenvolvimento extraordinário ao Brasil.”

Como fazemos de duas a três safras ao ano, o que é algo ótimo para o Brasil, precisamos aumentar a nossa conectividade no campo. Por isso, estamos com um trabalho mais intenso com algumas empresas, como a Vivo e outras associadas, na criação de um grupo de trabalho para o desenvolvimento dessa área, inclusive com a ajuda da nossa colega Ana Helena, que está à frente do ConectarAGRO. “Acredito que essa questão da conectividade e da tecnologia das máquinas é sem dúvida alguma um dos maiores impactos juntamente com a questão genética daquilo que a gente faz no agro”, comentou ele.

Especificamente sobre a questão do agronegócio, biocombustíveis e sustentabilidade, Caio Carvalho afirmou que nenhum país é produtivo e competitivo se não produzir de forma sustentável. Por isso, é fundamental o investimento em pesquisa & desenvolvimento no campo, que permite ganhos de produção e de produtividade, e que trazem ganhos de competitividade, em que se inclui a questão da sustentabilidade. Por exemplo, no caso do biodiesel, a redução de emissões quando se utiliza no diesel, a utilização do etanol ou até mesmo os investimentos nos carros flexíveis e híbridos; sem falar no desenvolvimento das plataformas, as quais a Anfavea está inserida, como por exemplo, Roda 2030 e Combustível do Futuro… é encantador para quem busca o mercado, como os produtores de biocombustíveis.

“As questões de descarbonização, o impacto positivo da descarbonização na questão da produtividade e na capacidade competitiva do etanol em competir com a gasolina ou o biodiesel são fatores chaves. A produtividade é essencial!”, disse Caio.

Durante o bate-papo, Márcio comentou sobre a importância do desenvolvimento econômico, principalmente quando falamos do pequeno produtor, e da necessidade de voltarmos com o financiamento para o pequeno produtor, pois ele é extremamente relevante para o país e para o nosso mercado. “O agronegócio é dividido em grandes produtores, que já são estruturados tecnologicamente, mas temos também a família lá no campo, e que também é uma grande realidade do mercado brasileiro”, comentou Márcio.

Em concordância com o comentário do presidente da Anfavea, Caio comentou que houve uma evolução muito importante com relação ao financiamento setorial. Há um bom relacionamento entre as empresas de insumos e os produtores com mecanismos de barter, CRA, Fiagro e outras possibilidades que crescem numa aceleração impressionante.

Um último estudo feito pela CNA, com 14 Estados e 727 municípios, mostrou que 43%, ou seja, menos de 50% dos produtores, contrataram Crédito Rural em 2020, e talvez, cheguemos a um pouco mais próximo de 50% em 2021. E esses dados mostram que realmente temos um problema na questão do financiamento do produtor. Nesse plano de Safra, devemos ter mais de 36% de aumento em relação ao ano anterior, portanto é uma melhora. Óbvio que aquele percentual de crédito não é um número condizente com o nosso agro; poderia ser maior, mas já é uma melhoria sensível. Dos 341 bilhões, temos 195 conjuntos controlados, que é justamente para atender pequenos produtores, na sua maior parte no Pronaf – programa de apoio à Agricultura Familiar –, e 45 bilhões de juros livres para os grandes produtores.

Dito isso, Caio finalizou que estamos evoluindo de uma forma muito clara e importante, com maiores atividades privadas substituindo cada vez mais aquilo que era público, mas ainda temos um trabalho forte das cooperativas, que são privadas, com créditos importantes. “O caminho do ganho de produtividade, do investimento em infraestrutura e custeio segue forte e a gente segue cada vez mais. E teremos uma nova supersafra; um novo recorde esse ano”, concluiu.

Confira abaixo a Coletiva de Imprensa da Anfavea na íntegra: