O 24º Congresso Brasileiro do Agronegócio, uma realização da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), em parceria com a B3 – a bolsa do Brasil, evidenciou, no dia 11 de agosto, a importância das Agroalianças para a manutenção da competitividade do setor diante das tensões nas relações comerciais globais, do enfraquecimento do multilateralismo e de todas as ações crescentes unilaterais, que fortalecem o aumento do protecionismo.

As Agroalianças perpassam por uma atuação mais efetiva e proativa do setor privado frente à mudança na geopolítica e à maior integração entre o campo e a indústria, e entre os entes privados e públicos.

“Os setores privados de cada país precisam se relacionar uns com os outros e se sintonizar em objetivos comuns, interagindo e se aproximando para facilitar a lógica da diplomacia entre as nações. Pelo fato de a geopolítica estar na direção do mundo, a integração entre o agro e a indústria é fundamental para, cada vez mais, transformar as indústrias em biorrefinarias, que vão agregar valor ao processo agrícola e econômico”, destacou Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da ABAG.

Reunindo aproximadamente 800 participantes no Sheraton WTC Hotel, em São Paulo, de 245 diferentes empresas, o Congresso foi assistido por mais de 3 mil pessoas por meio da transmissão online. Debatendo o tema central “Agroalianças”, a programação contou com os painéis “Alimentos, Energias e Inovação” e “Agrobrasil com Crescimento Sustentável: Financiamento e Mercado de Capitais”, e a mesa-redonda “Transição Energética”.

Pela manhã, o público acompanhou uma exposição sobre o atual momento das relações internacionais, o posicionamento do Brasil nos mercados globais, a importância da união e das alianças estratégicas e o uso de inovação para a produção de energia e alimentos. No período da tarde, a aproximação do mercado de capitais e o agro e seus benefícios para os produtores rurais e o protagonismo brasileiro na transição energética global foram as temáticas abordadas pelos especialistas. 

“Passamos um dia incrível e intenso, com a mesa-redonda me deixando bem pensativo. Foi uma visão clara, mas formidável, ao mencionar a necessidade de ter um projeto nacional, que é um ponto nevrálgico para nosso setor. Como o Brasil pretende financiar a expansão da oferta de produtos para garantir a segurança alimentar e segurança energética? Discutimos a mudança de clima, grave e crescente. Nesse sentido, a falta de investimento torna-se ainda mais importante”, ponderou Carvalho.

Outra questão relevante para o agro no que tange às  relações entre os países é desperdiçar as janelas de oportunidade. “No campo da política, muitos países souberam aproveitar essas janelas, pois possuíam um projeto nacional. Infelizmente, o Brasil parece que perdeu a janela, e agora estamos sofrendo”, lamentou Carvalho, que sintetizou os temas debatidos no Congresso: segurança alimentar, segurança energética e o potencial de crescimento do mercado de capitais no âmbito do agro.

O 24º Congresso Brasileiro do Agronegócio foi marcado pela entrega do documento “Agronegócio frente às Mudanças Climáticas”, que trata de três questões fundamentais: adaptação e mitigação, mercado de carbono e financiamento. “O agro entra de forma tremenda nesses temas”, pontuou Carvalho. Com a valorização das métricas diferenciadas entre o mundo tropical e o temperado, somada à integração, oferta de biocombustíveis, revolução tecnológica nacional, capacitação e a excepcional produtividade, o agro se mostra grande demais para não ser importante. “Precisamos estar preparados. Nosso desafio é estar na mesa estratégica global”, finalizou.

Confira os anais da 24ª edição do evento. Neste link: ANAIS-CBA-Abag-B3-2025-

Assista a transmissão do Congresso na íntegra.