Grupo se reuniu com representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e apresentou os resultados de uma pesquisa sobre as expectativas da cadeia produtiva com o Plano

Em reunião com representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Comitê de Sustentabilidade e Bioeconomia da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) manifestou seu apoio ao Plano ABC+ (Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária com Vistas ao Desenvolvimento Sustentável) e se colocou à disposição para contribuir para ampliar os resultados do Plano.

De acordo com uma pesquisa do Comitê onde participaram representantes das indústrias de fertilizantes, sementes, defensivos, máquinas e implementos agrícolas, bancos, consultorias, escritórios de advocacia e entidades de classe, o primeiro decênio do Plano ABC foi bem estruturado e respaldado por órgãos e instituições competentes, com resultados gerais – 52 milhões de hectares com novas tecnologias implementadas e 170 milhões de toneladas de carbono sequestradas – acima das expectativas. Contudo, na avaliação dos respondentes, os resultados tiveram uma estratificação limitada, com pouca difusão para o público, além de dificuldades de acesso aos créditos e às linhas de programa por parte de produtores rurais.

A pesquisa identificou ainda as áreas nas quais o setor privado pode atuar e contribuir com o Plano ABC+. São elas: no suporte técnico para aquisição de insumos, máquinas e implementos agrícolas adquiridos em linhas de crédito do programa; no fomento à pesquisa; na capacitação de produtores rurais e profissionais do setor; na facilitação do intercâmbio de tecnologias e de inovações; na conexão entre produtores com o programação, as entidades governamentais e de pesquisa; e no enfoque ao desenvolvimento e comercialização de produtos e serviços que contribuam com a redução de emissões de carbono, entre outras práticas sustentáveis.

Entre as prioridades citadas pelos respondentes, quatro delas chamaram a atenção dos representantes do MAPA: a comunicação dos impactos ambientais e de seus resultados para a sociedade e para a comunidade internacional; intensificação da ATER (Assistência Técnica e Extensão Rural) para maior adesão de pequenos e médios produtores; simplificação de meios de financiamento e linhas de crédito; e integração e adequação ao código florestal.

Para Cleber Soares, secretário adjunto de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério, ter uma agenda convergente com a ABAG e outras entidades do setor é uma oportunidade ímpar para realmente adicionar valor ao agronegócio brasileiro. A seu ver, esse trabalho em conjunto poderia ajudar na identificação de modelos de estruturação de capital e de recursos para fomentar a pesquisa e a promoção de seus impactos para o agronegócio, na disseminação de um posicionamento internacional sobre como o Plano ABC+ é a grande diretriz do segmento, além do que os produtores demandam uma estratégia robusta de ATER.

Nesse sentido, Mariane Crespolini, diretora do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação (DEPROS) do Mapa, ponderou que poderia ser desenvolvido um programa de trabalho voltado à ATER e à Educação à Distância (EAD) e, posteriormente, um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com a ABAG para o desenvolvimento de outras iniciativas, incluindo a área de pesquisa.

A reunião contou ainda com a apresentação de Fernanda Sampaio, coordenadora na Coordenação de Mudança do Clima e Agropecuária do Ministério, que trouxe informações sobre o ABC+, adiantando a inclusão de novos sistemas, práticas e processos de produção sustentáveis no rol da tecnologia ABC, como por exemplo, a agricultura irrigada. Ela afirmou ainda que o plano operacional está sendo finalizado e, em agosto, deverá ser aberta uma consulta pública para obter contribuições ao Plano.