Diante do quadro de agravamento da Pandemia do COVID 19 no Brasil e com o possível desabastecimento, que coloca em risco a segurança alimentar da nossa população, a exemplo do que já está ocorrendo na Europa, bem como em outros locais, agravado pela recente sugestão de paralisação do Porto de Santos por parte dos Estivadores, a ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio, que congrega 14 entidades e 71 empresas de toda a cadeia do agronegócio, destaca pontos que considera essenciais na manutenção da adequada oferta de proteínas vegetais e animais:
Como todos sabem, o agronegócio brasileiro é o setor responsável por 23,5% do PIB, bem como por 42% das exportações, sendo a China nosso maior parceiro comercial. Nossa grande responsabilidade nesse momento de crise é principalmente garantir que as pessoas não precisem se preocupar com a escassez de alimentos. Diante disso, precisamos destacar que as atividades agropecuárias são notoriamente sujeitas aos aspectos da sua sazonalidade, assim, dependem do momento exato para serem plantadas, adubadas e tratadas. Diferente do comércio e indústria, seus principais insumos (fertilizantes, sementes, rações, defensivos, entre outros) tem local e momento certos para serem pontualmente utilizados.
Por outro lado, quando da colheita é também vital a disponibilidade de máquinas e equipamentos em perfeito funcionamento, com possibilidade de manutenção e venda de peças para reposição em curto espaço de tempo e em processo continuo.
Assim, quaisquer ações ou decretos, sejam eles municipais ou estaduais que proponham o fechamento irrestrito do comércio e/ou prejudiquem a logística de distribuição podem vir a causar sérios impactos à produtividade agrícola; trazendo externalidades negativas e comprometendo assim o abastecimento de alimentos à população, com consequências à saúde humana, além do prejuízo ao saldo da balança comercial brasileira com graves consequências para a nossa economia.
Como mencionado anteriormente, é importante observar que a dinâmica do agronegócio tem forte componente sazonal, coincidindo com provável pico do COVID-19 no Brasil, esperado para os meses de abril e maio de 2020, conforme reportado pelas autoridades.
Pelo resumo exposto, pedimos a consideração e atenção de todas as autoridades para envidarem todos os esforços possíveis para manutenção do funcionamento da estrutura logística portuária, rodoviária e ferroviária, resguardando os procedimentos de proteção, controle a assistência aos trabalhadores envolvidos nessa cadeia, a fim de garantir o abastecimento deste essencial, prioritário e estratégico setor da economia, seja para o abastecimento das fábricas produtoras de insumos, seja na cadeia de distribuição ou ainda no produtor rural, para que assim o Brasil tenha uma safra robusta e segura e, portanto, uma população alimentada e saudável para enfrentar desafios como o que ora enfrentamos.
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